A vida é boa, não é uma boa vida. Porque a vida está difícil, financeiramente, socialmente, no trabalho, ambientalmente, internacionalmente... nós sabemos, e mais do que isso, nós sentimos. Contudo, tenho de olhar para minha vida, também. Ela é boa, porque me permite usufruir da luz, do sossego, da concretização, da paz, do amor, da solidão voluntária, da casa, das viagens, do crescimento interior, da saúde. Só tenho motivos para ser grato. Metade luz, metade vida.
Também é boa porque sei lidar com a dor de quem já não tenho, com a malicia, com as desilusões, com o medo, com a frustração, com a minha falha; tudo isto, sabendo lidar, faz da vida... boa.
É incrível a sensação da luz no rosto, o sal do mar na boca, um bom vinho com o céu estrelado, a liberdade do campo, a liberdade da vontade, o vento nas mãos suadas, os casacos em dias de frio, a água fria com sede, as maçãs frescas e rijas, a fruta da árvore, uma nova viagem, uma lareira a acompanhar um jantar, um abraço honesto, um beijo na boca, observar os pássaros, as mãos na terra, os pés descalços, alongar os músculos, espreguiçar-me de manhã, ter calma no dia, as árvores nos seus tempos... a vida é boa, a minha vida é boa porque tem estas vidas. Sorte a minha, sempre que não a sei complicar e me fico com a luz, naquela metade de mim.
Até já.
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