Ri-te porque abranda a vida.
A minha mãe ria-se tanto que fechava os olhos e deixava de ver, e ria-se ainda mais com isso. Lembro-me das tardes passadas com a prima Mimosa, entre chá e costura, e grandes gargalhadas. Ao ouvi-las, eu criança, sentia que a vida estava perfeita e nada de mal poderia acontecer, nem naquele momento, nem nunca.
Sabemos que não é assim. O riso não apaga tudo, mas que alisa as coisas complicadas, ai isso sim. Na escola, por muitas vezes, fui expulso da sala de aula porque me estava a rir, perdidamente. Saiu-me cara a gargalhada, mas não me importava, só me estava a rir, até doer a barriga. O professor é que estava azedo, e o meu diretor, pouco melhor. Mas eu... já tinha rido para limpeza total, e quase me tornava impenetrável ao raspanete e castigo, porque só me estava rir, ora bolas!
Ainda hoje, tenho várias crises de riso, fosse toda a crise vestida de sorriso. Quem me conhece bem sabe que gosto do riso, e digam lá que muito riso, pouco juízo, porque só isso me faz rir mais um bocadinho. Com o tempo desenvolvi um sorriso com os olhos, tenho-o posto muitas vezes. Aligeira-me a vida, por dentro e por fora. Acreditem.
Experimentem.... rir um pouco mais, até mesmo para aqueles que mereciam a nossa melhor tromba. Porque o sorriso, quando vem de dentro, é, alarmantemente, poderoso.