quinta-feira, abril 15, 2021

O LADO DA LUZ

 


Eu gosto é da luz, não precisa de ser quente, precisa de ser limpa, clara, fortalecedora. Gosto da luz na pele, nas casas, nas árvores, gosto da luz nos rios e no mar, da luz antes da sombra. Gosto da luz a bater na roupa lavada, luz nas idas de bicicleta, nas escadas, nos muros brancos. Gosto da luz da lua, do sol, das velas e das pessoas. A luz lê-me, limpa-me, aquece-me e desnuda-me, como se fosse para um novo batismo.

Tenho conhecido gente escura na alma, que não conhece o sentido da luz, e por isso vivem numas trevas pintadas de cor clara, para disfarçar, nem branco conseguem ser, porque o branco é só para gente honesta, de honra na boca. Gente baça, como quando os óculos apanham ar quente, há gente assim. Triste gente e que tenta roubar a luz dos outros, para a transformar em qualquer outra coisa, porque a luz incomoda os medíocres, aqueles para quem a palavra e a verdade são coisas para se defenderem mas nunca se praticarem. A maravilha desta gente é que aumenta o sentido da luz, acresce valor à importância, em vez de sugarem e apagarem, fazem o contrário, rejubilam a luz dos outros. E depois, esta gente baça, vai para casa às cegas, porque não há luz que os queira. Nós queremos a luz, mas a luz também tem de nos querer. O sol é para todos, mas a luz não.

Sejam felizes e bons uns para com os outros, mesmo que custe!