Desconfia sempre de quem é amigo de toda a gente. Estas são das
palavras mais marcantes que ouvi da boca da minha avó. Demorei a perceber-lhe o
sentido, é natural, era muito miúdo, e precisamos de tempo para o entendimento.
A história da humanidade revela-nos nomes de gente grandiosa e que, por
acreditar em causas e ideologias, nunca foi amigo de toda a gente, bem pelo
contrário. Luther King, Gandhi, Madre Teresa, Jesus, Dandara dos
Palmares, Confúcio, Nelson Mandela, Simone de Beauvoir, Wangari Muta Maathai,
Florence Nightingale. Pessoas
que mudaram o mundo, … e o que tem a ver connosco? Tudo.
Não mudamos o mundo, mas
mudamos a nossa circunstância, e por ventura a realidade que nos acolhe.
Estatisticamente, um homem consegue reunir 6 amigos ao longo da vida. Vamos
espremer a amizade, como limões, e o que vai ficar serão os tais 6, ou menos. Porque
há limões que são só casca e outros que apodrecem. Não sou eu quem diz, mas… confirmo.
Não
há mal nenhum em desconfiar. Não há mal algum é confiar. Mas torna-se um
problema quando o confiar desmerece-se. Não se vive no céu e no inferno. Não se
ama quem nos apodrece. A perfeição vive longe da humanidade. A inconveniência é
um outro rosto da verdade e que, "impossivelmente", é conciliável com toda a
gente.
Os
amigos de toda a gente, rapidamente se transformam em amigos de ninguém. É gente que não dá ponto sem nó. Quando? Na hora da verdade.
Sim, eu já fui um dos amigos de toda a gente. Aprendemos com os nossos piores erros e as nossas maiores dores para o caminho da felicidade.
Até breve
HR