Globalmente as pessoas falam
muito. Eu falo muito, nos dias de hoje. Contrario-me, mas falo. Portanto, as
pessoas ouvem pouco. Sempre fui uma pessoa na linha das pessoas caladas, e
virei apresentador, o tipo que fala. Falar para televisão, não é falar socialmente.
Estas minhas palavras refletem sobre as conversas sociais, entre amigos, a família,
conhecidos, trabalho. Eu gosto de gente sintética, intensa e sintética.
Podemos
ser objetivos sobre qualquer assunto sem dar a volta o mundo para voltar ao
mesmo dito assunto. Ser rápido na conversa, não tem de ser atabalhoado, a
despachar. Nada disso. Ser rápido na conversa incentiva a atenção do nosso
ouvinte. Óbvio, ninguém tem paciência para quem usa os verbos e adjetivos de
todo o dicionário para falar de uma ida à mercearia.
Há também os que falam muito e de
tudo. Não. Silêncio. Por favor. Um pouco de silêncio que nos ensine a ouvir.
Calados também estamos bem. Nem tudo precisa da nossa opinião. Silêncio, porque
se pode cantar o fado, a qualquer instante.
abraço