A minha mãe é um mundo, as mães
são um mundo. A minha vai à luta, tem 79 anos de vida dura, nunca lhe deram
nada, tudo o que tem foi conquistado por ela, até a vida de cada dia. A minha
mãe enche a minha alma de segurança, a mesma que eu precisava quando chegava de
um dia de escola e, com urgência, precisava do colo da minha mãe.
Quando tinha
12 anos fui para o seminário, passava uma semana longe do regaço da mãe;
lembro-me, como se fosse hoje, das despedidas semanais. A minha mãe dava-me um
beijo e um abraço, nesse gesto colocava o amor que não podia dar-me durante a
semana em que eu estava no seminário. Essa injecção de amor durava-me toda a
semana; em bom da verdade a quarta-feira era o dia em que eu precisava do seu
amor, porque já ia longa a semana. Era à quarta-feira que a minha mãe me podia
ligar para o seminário e nesse dia recebia novo carregamento de amor.
Ainda
hoje é assim. A minha mãe abastece o meu coração de amor, determinação, garra,
responsabilidade e perseverança. Aquilo que a vida nos dá, é aquilo pelo qual
lutamos; foi sempre o que aprendi da minha mãe, Margarida de nome.
Um abraço
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