Ora viva
Podia custar menos, mas custa
muito, passar frio! Podia não me saber tão bem, mas sabe-me a vida, músculos,
palpitações. Sou fascinado por dias de Inverno, frios, cheios de sol, com
árvores despidas e gente agasalhada na rua. Sabe-me melhor a bebida quente, as
camadas de roupa, a luz abrigada, a forma das coisas, a mesa. O frio chama-me
ao centro de mim, concentra-me. É assim, nem mais nem menos.
Por norma
levanto-me cedo. Como repórter tenho uma vida exposta ao frio, chuva, calor,
desconforto, conforto, tudo num mesmo dia. Custa, muitas vezes, mas gosto,
quase sempre.
A par de tudo isto há o olhar a
natureza e saber que ela está abrigada dentro de si mesma, a preparar-se para
sair, mostrar a sua beleza numa primavera que se quer sempre morna e com os
dias a crescer.
Por tudo isto, o inverno sabe-me
bem. Leva-me para o melhor de mim, o melhor de tudo o que ciclicamente vai
nascer. E recomeçar pode ser tudo o que é esperança.
Bons dias de inverno
até já.
HR