Ora viva
Há dias, enquanto passeava a
minha cadela e as minhas ideias, vi uma senhora a decorar a sua árvore de
Natal. Sim, espreitei para dentro de uma casa. A mulher estava sozinha, mas
feliz. Ajustava, com detalhe, cada brilho da árvore. Foi a melhor imagem que
tive deste Natal. Preparar a casa para a época. É como quando nos aperaltamos
para uma ocasião especial. Mas no Natal todos os dias são ocasião solene.
O meu
Natal é sempre maravilhoso. Mesmo depois de saber o que é não ter alguém para
sempre…na nossa mesa. O fabuloso do Natal é mesmo isso, persistir. Persiste à
dor, à morte, à guerra, à derrota, à tristeza, ao luto, à pobreza, às dívidas,
ao desamor, a toda a espécie de fins. O Natal mantem-se, fiel a si. Solene.
Provavelmente aquela mulher teria marido e filhos, para os quais vestia a casa.
Provavelmente aquela mulher vivia sozinha e enfrentava a maior dor da sua vida.
Mas o Natal mantem-se, digno de si mesmo. Haja o que houver, seja para quem
for. Feliz Natal
Abraço