Ora viva
Hoje vi a D. Maria, nos seus 90
anos, sair de casa e olhar para a praia. Uma necessidade de quem tem uma vida
inteira naquela rua, naquela casa, naquele sítio virado para o mar. Esta
concentrada na sua observação, atenta aos pormenores de uma praia que em pouco
mudou. Estaria a respirar profundamente. Os olhos enchiam-se da serenidade do
fim de tarde.
A vida é mesmo assim. Os sítios que amamos, a casa, a nossa rua,
e enchermo-nos com o que nos faz bem. Num fim do dia, são vários os atentados à
nossa convicta serenidade, precisamos de lutar contra o vazio que nos querem
meter. A nossa vidas será sempre nossa, por muito que nos tentem tirar. À D. Maria ninguém lhe roubou o mar nem a enorme vontade de o ver. Assim nos
inspiremos.
Abraço
2 comentários:
Hélder
Mais um belo escrito com que nos brindas ! Como compreendo a D. Maria ao contemplar o Mar. Mesmo quando ele está mais revolto ao contemplá-lo na minha praia de eleição - São Jacinto - ele dá-me força e alento para viver.
Obrigado por teres partilhado o momento que viveste.
Abraço amigo.
Que lindo. Poético e sereno :) transmite PAZ.
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