Ora Viva
Este texto começou com uma
arrumação da roupa de Verão, é… acho que acabou mesmo! Quantas vezes dizem a
expressão: E se… ?! Para mim é uma frase terrível, sem exagero. A teoria dos “e
se” é destrutiva. Castra a decisão no presente e gera-nos uma agonia no futuro,
quando olhamos para o passado.
Eu sou um homem ponderado, não entro nada na
onda do Carpe diem. Para mim é uma quase treta. Claro que é ótimo viver
intensamente o presente, mas sem a consequência do futuro? É como não acreditar
nos sonhos, nos projetos, nas relações. Pois se eu vivo intensamente o agora,
como se não houvesse o futuro, é dizer que tudo o que é plano não faz sentido.
Não acham? Não há nada como viver o momento a ponderar o futuro. Um sem o outro
é coisa estranha.
Voltando ao “E se…”, para mim é
sinal de passado mal resolvido e medo do futuro. Pior que uma dúvida no
presente, é uma dúvida no futuro sobre o passado. E se…nada. É preciso fazer de
cabeça para a frente, ou não fazer de cabeça igualmente a direito. Não dar
grande tempo à terrível dúvida que nos pode entorpecer. É claro que, como em
tudo, esta regra não a cumpro a direito, mas dou-lhe poucas curvas. Ter,
orgulhosamente, o passado arrumado em gavetas é ter uma casa com cada coisa no
sítio certo. E há lá melhor sabor que um lugar arrumado?
Abraço
Hélder