domingo, abril 15, 2012

A GESTAÇÃO DA CHUVA


Esta é a capa do meu novo livro de poesia. Esta é a capa que guarda o meu corpo despido pelas palavras. É...a poesia despe. Escrevi metade deste livro antes da morte do meu pai, outra metade depois dele morrer. Morte. Vida. Amor. Recomeçar. É a linha deste livro e que ganha força visual pela ilustração do pintor Ruy Silva. Escrevi para me arrumar. Para sossegar a minha alma. Calar o meu luto. Eu não sabia qual era a dor da morte. Já sei. Mas não aprendi. Não quero aprender, e gostava tanto de não ter que repetir esta dor.

Os meus poemas são pequenos. Muito diminutos. São limados e polidos, para terem só o coração das coisas. Nem sempre consigo. Ando no ensaio da vida e no ensaio da escrita. Para quem o ler, espero que goste, já é vosso, não é meu.

Hélder

8 comentários:

Lara Rocha disse...

Óh Hélder...eu sei qual é essa dor...já perdi várias pessoas da família muito importantes para mim. E dói...muito mesmo! É muito dificil. Fizeste bem arrumar a tua alma, para serenares...conseguiste? Não estás sozinho!
Eu também recorro muito à escrita para me libertar. Mas olha, às vezes acho que liberta só provisoriamente, porque há coisas que nos magoam tanto que não é fácil de as eliminar do nosso interior à primeira. O que te posso dizer...eu dava-te os meus ombros e os meus abraços se estivesse mais perto :( mas como não estou...dou-te as formas de comunicares comigo que já conheces! Sempre que essas dores e essas tristezas...aparecerem e te sofocarem...sempre que estiveres com a alma desarrumada...conta comigo...divide-a comigo (espero que consigas fazer isso :) se o fizeres também me vou sentir bem, livre...:) dou-te os meus ombros (virtuais) e os meus ouvidos (virtuais). Muita coragem, força e ânimo. Bjs enormes. Lara Rocha

Margarida disse...

Sempre acreditei nas palavras que escrevi, mais do que nas palavras que disse. Nunca me desiludi quando reli as escritas de outrora, muito pelo contrário, descobri o que não sabia de mim. A verdade nua e crua, espelhada nas pequenas letras que procurei equilibrar sobre a ténue linha da vida.
De caneta em punho prossigo, a escrever o mundo que trago em mim.
E por acreditar, sei que um dia, as palavras que o suportam tornar-se-ão visíveis nos olhos de quem as souber ler.
A ti que escreves para te encontrares.
O;D

Margarida disse...

Não tive ainda oportunidade de o ler.
Não consigo encontrá-lo à venda.
Sinto curiosidade!
A escrita também ajuda-me a consertar.
Não deixes de escrever.
Obrigado por partilhares parte de ti.
Beijos meus.
O;D

Lara Rocha disse...

Admiro quem tem a capacidade de dizer tudo o que é importante em poucas palavras, e de forma simples. Hélder, os teus poemas podem ser pequeninos, mas mesmo sem ainda ter lido, tenho a certeza que dizem muito...coisas muito bonitas, muito directas, muito profundas e sinceras...Adoro ler-te :) Bjs

Denise disse...

Parabéns!!! Gostaria muito de ler o teu livro,mas não sei se consigo encontrá-lo na fenac daqui de minha cidade Curitiba-Brasil... um abraço e te desejo muito sucesso hoje e sempre...Denise!!!

Anónimo disse...

"...o que fazes com a saudade?
– Alimento-a todos os dias."

Gosto... muito!


Sofia

Margarida disse...

Escreve, escreve para mim. Tenho saudades das tuas escritas. Um beijo inspirado. O;D

Helena Noites disse...

Um livro para ser lido na companhia de nós mesmos!!!!!!!!!!

Difícil de o fazer mas excelente de sentir!!!!!

Como te gosto, Hélder!!!!!!!!!!

Xani Noites